Esse cara compôs a canção para o filme "Gênio Indomável", que se chama "Miss Misery", canção no mínimo genial, mas que perdeu o Oscar para a Celine Dion com sua melosidade mal cantada tema de "Titanic". O que prova que a academia norte-americana além de manjar nada de cinema, entende menos ainda de música. Maldades à parte, Elliott Smith é daqueles caras geniais com um violão nas mãos: além de ter uma voz quase angelical, destas que você ouve e acha tão linda que nem se importa se é um homem ou uma mulher que está cantando. Destas belezas que superam gêneros (inclusive musicais), e te atormenta por noites a fio. A canção de Elliott Smith tem os dois pés em uma poça d'agua bem funda, mas vislumbra uma bela garota que devolve o olhar pelo vidro de uma janela e aponta o sol saindo entre as nuvens. É mais ou menos desta forma que encaro o conjunto de canções composta por este, que foi um dos mais encobertos e geniais talentos da tão injustiçada década passada. No primeiro álbum, Roman Candle, o que se percebe é um homem simples, com uma canção singela e modesta, mas ao longo da carreira vamos percebendo elementos surgindo: guitarras, violoncelos, pianos... E também uma pitada de esperança, a possibilidade de que o homem encontre a felicidade. Mas antes que este a encontre, crava uma faca no próprio peito para imortalizar uma obra que não poderia ser melhor. Elliott Smith se mata aos 34 anos de idade no ano de 2003 em seu apartamento em Los Angeles. Cidade onde ele parecia ter espairecido e composto sua canções mais ensolaradas. "Bled White" está no quarto álbum de sua carreira, "XO" de 1998, e já dava sinais de que Elliott estava disposto a ser feliz. E quem ouve sua discografia percebe que nem que tenha sido por um breve momento, nesta terra houve um homem verdadeiramente feliz.
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